Vamos praticar a medicina preventiva!

 

 

            Por séculos, praticamente o esforço da medicina se voltou para tratar as doenças. Surgiram drogas revolucionárias e foram inventadas técnicas cirúrgicas altamente complexas. A qualidade de vida dos doentes melhorou, mas percebeu-se que o mal só poderia ser combatido de forma realmente eficaz se fosse atacado precocemente.

 

            Em razão dessa mudança conceitual, nos últimos dez anos um dos campos da medicina que mais crescem e ganham importância é o da prevenção. Hoje já se sabe que, se forem detectadas na fase inicial, algumas enfermidades letais podem ser eliminadas sem deixar vestígios. Um câncer de pele diagnosticado precocemente pode ser curado em 100% dos casos. O câncer de próstata tem possibilidade de cura em mais de 90% das vezes se for descoberto ainda no início.

 

            Essa nova medicina colocou em evidência os check-ups. Quando começaram a ser prescrito,  eles   consistiam em bateladas de exames que consumiam horas em aparelhos e laboratórios e freqüentemente produziam poucas respostas. Acabaram um pouco desacreditados e ainda enfrentam certa resistência.

 

            A boa notícia é que houve um avanço importante nessa área. Hoje, os  check-ups são mais precisos, mais rápidos e capazes de revelar um   grande número de informações úteis para os médicos e começaram a ser recomendados para pessoas de várias idades.

 

            Só no Centro de Medicina Preventiva do hospital Albert Einstein, em São Paulo, o número de pacientes que procura esse serviço passou de 15 por mês em 1998 para 15 por dia atualmente, hoje este número supera a casa dos 85 diariamente.

 

            Isso significa que cada vez mais pessoas querem rastrear problemas de saúde antes que se tornem doenças. A idéia é diminuir um eventual sofrimento e aumentar a qualidade de vida. "As pessoas estão cientes que vão viver mais, trabalhar mais e por isso têm a preocupação de se manter produtivas e saudáveis", acredita o Dr Fábio, do Einstein. O que já foi uma forma de procurar doenças hoje é muito mais uma oportunidade para o paciente alterar seus hábitos e viver melhor.

 

            Mudança de hábitos O diretor administrativo Paulo Santana, 57, fez seu primeiro check-up aos 40 anos. Santana descobriu indícios de que poderia desenvolver hipertensão no futuro. A doença, de fato, manifestou-se cinco anos mais tarde e o levou a procurar um cardiologista.

 

            Os exames também revelaram uma tendência a altos índices de ácido úrico. "Quando vi que tinha essa predisposição, mudei alguns aspectos da minha alimentação", lembra. Atualmente, ele realiza o check-up todo ano. "Além de poder tratar antes que algo maior aconteça, envelhecer com qualidade é fundamental", diz.

 

            O novo conceito de check-up é moderno e eficiente. Ele é altamente  personalizado, feito quase sob medida para cada indivíduo. Afinal, cada pessoa está sujeita a um tipo de doença. Mas, para pedir exames, os médicos seguem protocolos baseados em estudos populacionais. É a famosa medicina baseada em evidências.

 

            Em tese, antes de mandar o paciente para o laboratório, o médico  investiga sua vida e seu histórico familiar. "É comum até agendar mais de uma consulta para poder se aprofundar em diversos aspectos que são essenciais antes de pedir exames", afirma Fábio Nasri.

 

            No caso de um paciente de 60 anos, por exemplo, é possível conhecer sua saúde antes mesmo de tirar uma gota de sangue. No consultório, o médico consegue avaliar o equilíbrio, o risco de queda, a audição, a visão e o estado psicológico do idoso, entre outras coisas.

 

            Só então ele é submetido a exames mais elaborados, como medição de glicose, ultra-sonografia, densitometria óssea, raio-X do pulmão e colonoscopia. A conversa com o médico é de extrema importância, uma vez que ela também pode revelar doenças emocionais, como a depressão  -que, se presente, costuma comprometer o tratamento de outros problemas.           

 

            Os check-ups personalizados viraram até mesmo um produto financeiramente atraente em clínicas e laboratórios de exames.

            Alguns dos grandes centros já oferecem verdadeiros pacotes de saúde específicos para atletas, executivos e viajantes.

 

            O check-up fitness, por exemplo, é direcionado para quem vai iniciar uma atividade física ou para quem deseja melhorar sua performance nos exercícios que já pratica, mas serve também para monitorar a evolução do condicionamento do esportista. O objetivo não é detectar

            doenças, e sim avaliar o risco de problemas cardiovasculares e diagnosticar a capacidade cardiorrespiratória e neuromuscular. São pedidos testes ergométricos, de postura e de flexibilidade e exames laboratoriais.

 

            Já o check-up do viajante, disponível em laboratório, pretende tirar dúvidas de saúde para quem vai viajar. Dicas de como se proteger de uma diarréia, quais vacinas tomar e como superar problemas decorrentes de altitudes são alguns dos tópicos abordados.

 

            No passado, os check-ups procuravam detectar doenças para então tratá-las. O objetivo agora é outro. Ao elaborar uma lista de exames, os médicos não estão somente atrás de um câncer ou de artérias entupidas. Eles também procuram informações para traçar o perfil do paciente e verificar como melhorar sua qualidade de vida para, no futuro, evitar um quadro grave.

 

            Ao realizar esse rastreamento em uma pessoa de 60 anos, a probabilidade de deparar com um problema é maior do que seria em um jovem de 40. Devido à fragilidade da idade, eles estão mais suscetíveis às doenças. Por isso, os especialistas recomendam que,uma vez na terceira idade, os exames sejam feitos anualmente. Eles passam a ser quase uma obrigação.

 

            Depois da morte de um amigo, o comerciante Antonio Marcio Marques, 62, realizou seu primeiro check-up, há dois anos. Ele se sentia perfeitamente bem e os exames não revelaram nada. Porém, ele passou a se cuidar melhor: não fuma mais, faz exercícios regularmente e segue uma rotina de alimentação saudável. "O check-up me dá tranqüilidade de saber que estou bem e que, se algo for detectado, tenho tempo de me tratar, afirma. "É uma estupidez não fazer uso de toda a tecnologia disponível para saber como você anda e é também um risco desnecessário procurar ajuda só quando algo está errado."

 

            Os mais jovens, na faixa dos 40 anos, também podem se beneficiar dos exames porque têm o tempo a seu favor. Ou seja, colesterol alto e hipertensão ignorados nessa idade podem transformar o sujeito num candidato às doenças cardiovasculares. Mas, ciente do problema, ele tem a chance de reverter o quadro.

 

            "Essa pessoa vai ter a possibilidade de mudar seu estilo de vida e diminuir significativamente a incidência de diversas doenças", alerta José Antônio Maluf, coordenador do Centro de Medicina Preventiva de um hospital. Portanto, uma vez com os resultados em mãos, cabe aos médicos mostrar aos pacientes o caminho das pedras para uma vida mais saudável.

 

            Em termos econômicos, a prevenção também é vantajosa, pois ela custa  menos que os gastos com a doença instalada. Para se ter uma idéia, a cada dólar aplicado em exames de check-up nos Estados Unidos, sete são poupados com tratamentos futuros.

            Outro ponto positivo do atual modelo é a agilidade com que é feito - em algumas clínicas especializadas, a bateria de exames é concluída em cerca de quatro horas.

 

            Em média, um check-up completo custa de R$ 2.000 a R$ 3.000. Embora nem todos os planos de saúde arquem com o procedimento, muitas empresas já oferecem esses exames aos funcionários como forma de preservar o pessoal e diminuir gastos futuros.

 

 

Resultados parciais

 

 

            A maioria dos profissionais da área médica vê uma série de vantagens em submeter os pacientes aos check-ups. Mas eles chamam a atenção para alguns pontos importantes.

 

Primeiro: nem todas as doenças são rastreáveis, ou seja, algumas não aparecem nos exames. Um exemplo são os acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos. Outras, como câncer no pâncreas, só são detectadas em fases tão avançadas que inviabilizam um tratamento de sucesso.

 

Segundo: apenas 5% das pessoas que se submetem a um check-up não apresentam nenhum problema --o que não significa, no entanto, que as outras recebam diagnósticos de tirar o sono. A maioria descobre alterações no peso, no colesterol e na pressão arterial.

 

Terceiro: o excesso de exames pode gerar o falso-positivo, isto é, a pessoa procura tanto que acaba encontrando algum problema, como um micronódulo em um órgão. Esse laudo médico pode cair como uma bomba.   A tendência é que o paciente se sinta obrigado a buscar um detalhamento por meio de métodos invasivos, com custos elevados e grande desgaste emocional. E, no fim, o tal nódulo pode não ser nada grave.   Daí a importância de um check-up bem direcionado, no qual o médico sabe exatamente aonde quer chegar.

Quarto: o check-up não torna o indivíduo imortal. O paciente precisa estar ciente daquilo que a medicina pode fornecer. A artesã Maria Céu, 58, foi diagnosticada com problemas cardíacos durante uma bateria de exames feita há três anos e controla sua condição com  medicamentos. Já um amigo seu morreu uma semana após realizar um check-up. "Vou continuar fazendo o meu anualmente, mas acredito que os exames têm um alcance limitado", afirma.

 

            Os médicos orientam que, apesar de todos os recursos que a medicina  moderna disponibiliza, os pacientes precisam saber que os check-ups não representam soluções milagrosas. "O procedimento salva vidas, mas não pode ser encarado como uma panacéia que resolve todos os males", explica Nelson, diretor do departamento de check-up de um laboratório, em São Paulo.

 

            Em continuidade a esta matéria, acrescentamos o check-up diagnóstico iridossomatológico, o diagnóstico através da íris dos olhos com total precisão em suas análises que apesar de ser um sistema simples e que não toma muito tempo dos pacientes, apenas quarenta e cinco minutos, o seu custo representa um valor aproximado de cinco porcento de um check-up convencional e com várias vantagens como; todos as doenças são rastreáveis, não precisa estar apresentando sintomas de patologias, descobre precocemente os pré-sintomas muito tempo antes de aparecerem, mede o estágio de saúde e muito mais, faça uma experiência fazendo a análise pela irisdiagnose - iridossomatológico.